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Testes para a malária reduzem a prescrição excessiva em mais de 70%

22 July 2015

Retail drug shop in Uganda

O uso de testes de diagnóstico rápido para a malária (RDT em inglês) em farmácias licenciadas numa região altamente endémica no Uganda reduziu substancialmente os diagnósticos errados de malária, melhorando o uso de medicamentos contra a malária valiosos, de acordo com um novo estudo publicado na revista PLOS ONE.

 

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Press release

A maior parte dos 15 mil doentes que procuraram farmácias por terem febre optaram por comprar um RDT quando um lhes foi proposto por um dos vendedores treinados que fizeram parte do estudo. Uma vez realizado o teste, os resultados mostraram que menos de 60% dos pacientes tinham, de facto, malária. Os vendedores geralmente agiram de acordo com os resultados do teste, reduzindo a prescrição excessiva de medicamentos contra a malária em 73%.

Os investigadores do Consórcio para as Terapias Combinadas à base de Artemisinina (ACT Consortium em inglês) no Ministério da Saúde do Uganda e na Escola de Londres de Higiene & Medicina Tropical (London School of Hygiene & Tropical Medicine em inglês) no Reino Unido levaram a cabo este estudo porque até 80% dos casos de malária no Uganda são tratados no setor privado.

O setor privado é um recurso comum de tratamentos em muitas outras áreas onde a malária é endémica, particularmente onde há pouco acesso a serviços de saúde públicos. Os pacientes compram medicamentos contra a malária em lojas ou farmácias para se automedicarem, apesar de a causa da febre nem sempre ser malária, portanto, o tratamento inapropriado é muito comum.

O Prof. Anthony Mbonye do Ministério da Saúde do Uganda e autor principal do estudo, disse: “As nossas conclusões mostram que é exequível colaborar com o setor da saúde privado e introduzir RDTs para a malária nas farmácias. O próximo passo é refinar a estratégia e perceber as implicações quanto ao custo associado ao seu alargamento pelo país. O nosso objetivo a longo prazo é fornecer provas para ajudar a Organização Mundial de Saúde a desenvolver orientações para melhorar o tratamento da malária no setor privado.”

A Dr. Sian Clarke da Escola de Londres de Higiene e Medicine Tropical, igualmente uma das investigadoras principais na pesquisa, disse: “Este estudo mostra que os RDTs podem melhorar o uso das ACTs – o tratamento mais eficaz para a malária – nas farmácias, mas não vem sem as suas dificuldades. Estes testes por si só não melhorarão o tratamento de outras doenças. Precisamos agora de continuar a trabalhar com o Ministério da Saúde para investigar como melhorar a nossa abordagem e alargá-la a outras doenças comuns.”

Atualmente, os vendedores nas farmácias geralmente tratam os doentes com base nos sinais e sintomas que apresentam, sem realizar testes sanguíneos para a deteção de parasitas da malária, como recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Isto pode resultar em doentes com febre serem erradamente diagnosticados com malária e serem levados a comprar uma ACT de que não precisam.

A microscopia é um método que requer equipamento laboratorial e pessoal qualificado, enquanto os RDTs são ferramentas alternativas e simples que requerem uma formação mínima para diagnosticar a malária. Estes testes rápidos podem ajudar os trabalhadores e vendedores da área da saúde em locais remotos a fornecer o tratamento antipalúdico correto.

Uma investigação conduzida em paralelo com este estudo, publicada na Critical Public Health, descobriu que apesar da sua popularidade, os testes da malária não são uma solução simples no setor privado. Os doentes saudaram os RDTs, assim como o envolvimento do governo em melhorar as farmácias, e os vendedores sentiram-se “importantes” e mais próximos de serem trabalhadores qualificados no setor público de saúde, por lhes ser permitido fazerem testes ao sangue. No entanto, os investigadores alertam que isto pode dar uma falsa impressão acerca das restantes competências e serviços dos vendedores, sendo necessária uma regulamentação por parte das autoridades.

A equipa recebeu recentemente uma nova bolsa para investigar a viabilidade de formar e equipar farmácias licenciadas para gerir três doenças-chave na infância: malária, pneumonia e diarreia.

O ACT Consortium é financiado através de uma bolsa da Fundação Bill e Melinda Gates à Escola de Londres de Higiene e Medicina Tropical.

 

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